sábado, 8 de outubro de 2016

Memória

  Dei uma pausa nos estudos de literatura portuguesa - que faço por nada além da obrigação - porque lembrei. A memória veio arrastando outras mil, todas como vento que roça na pele e deixa atentos os pelos da nuca. Há uma música dessa banda que eu tenho tatuada no meu braço chamada 'Ghosts that we knew'. Sua importância para mim eclodiu quando, no show deles em março desse ano (2016), eu despenquei em lágrimas no seu refrão, que segue:

  "So give me hope in the darkness that I'll see the light. Cuz oh, they gave me such a fright. But I'll hold as long as you like, just promise me we'll be alright"

  Eu nunca mais fui o mesmo depois dessa viagem a São Paulo. Nunca mais fui o mesmo depois que conheci o sorriso da Brenda e da Lauren, que me acolheram nos seus corações de ouro e fizeram tudo ser mais especial e mágico. De alguma forma, o refrão dessa música sintetizou tudo o que eu estava experienciando, tudo o que me rodeava e principalmente tudo o que se passava aqui dentro, nessa alma tão serena e, mesmo assim, tão cheia de revoltas que eu chamo de eu.

  Então, alguns dias como esses, algumas horas como essas, coloco a música para tocar ( versão lollapalooza 2016, maravilhosamente salva pela internet. Te amo internet.) e me perco nas memórias. A viagem de carro com pessoas maravilhosas naquela noite tão linda de São Paulo. Nosso constante tour pelos principais lugares. O show onde vi uma das minhas bandas favoritas com seus fogos de artifício no encerramento. O cachorro quente com purê de batata e o açaí congelado com leite em pó. Tudo vem na minha cabeça e é sempre bom. É sempre lindo. É sempre especial e único.

  Por fim eu agradeço à deusa, às energias ou simplesmente à natureza. Nenhuma frase clichê de " Dias melhores virão" serão tão surpreendentemente úteis como essas memórias. Não as uso para viver no passado porque meu lugar é no presente e eu sei disso. Mas são elas que me mostram que não está tudo acabado. Que há algo pelo qual viver. Há momentos em que tudo vai parecer ter valido a pena. Há esperança. São por essas memórias que eu vivo. É delas que existo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário