domingo, 13 de agosto de 2017

urgência

O problema foi notar.
Perceber que sou de fases, que mudo os ares.
O problema foi descobrir que sou uma constante mudança.
Eu tinha o costume de ver meu futuro como algo sólido, como algo palpável. Mas hoje sei que as coisas não são assim. E há sim, um certo conforto em saber que não há o que me prenda, em saber que não há o que seguir. Mas e aí? Agora que me vejo com mil possibilidades, quero agarrar todas.
Quero tudo. Quero todos. Quero sempre.
Querer, querer, querer. O pior pecado das nossas almas.
Vejo uma gama infinita de chances e acabo me perdendo nelas.
O que realmente sou? O que realmente quero? Não sei. E talvez nunca saberei.
Querer, querer, querer.
Sei que quero paz. Mas também quero agarrar o mundo com meus braços. E mesmo que eu saiba do potencial, meus músculos fraquejam, minhas mãos são escorregadias demais. Vejo tudo esvair pelos meus dedos como areia de praia. Insatisfação. Frustração. Desespero. Os problemas são outros, as urgências também. Os medos mudam também. Em fotos e textos me vejo em diferentes versões de mim mesmo, diferentes vontades. Sei que vou continuar mudando pra sempre, meu medo e meu conforto. Mudança. Algumas coisas levarei para vida. Aceitação é cura. Mudança é fato. Amor?
Memórias me formam não mais do que objetivos. Ânsias, vontades, alvos. Sempre me fazendo quem eu realmente sou. E o que eu quero? Tudo.