segunda-feira, 3 de julho de 2017

Uma carta de esclarecimento do futuro.

  Você vai, sim, passar por dias difíceis. Você vai ter que lidar com rejeições. Você vai querer ao máximo se conhecer melhor e saber suas qualidades mais incríveis, que muitas vezes parecerão inexistentes. Vai conhecer mil pessoas e pelos mais diversos motivos, vai parar de falar com metade delas. Você vai amar muito alguém e ser correspondido com uma apatia de mesma intensidade. Você vai chorar por alguém que morreu. Ou até mesmo por alguém que, em vida, foi embora. Você vai querer coisas que não estão ao seu alcance. O tempo todo. Você vai sonhar e muitas vezes se culpar por isso, porque les temps sont durs pour les rêveurs. Você vai chorar muitas vezes e vai passar uma boa parte dos seus dias numa procura desesperada por motivos para ficar, para continuar aqui, de olhos abertos e mente acesa.
  Eu escrevo isso pra te confortar. Escrevo na data de hoje, três de julho de 2017, alguns dias antes do seu aniversário de 21 anos, mas meu objetivo aqui é atemporal. Minha carta é do futuro. Ela é para o Eduardo de anos atrás, pro Eduardo de hoje e até mesmo para o de amanhã. Resumidamente, ela é para o eu de alguns dias atrás, alguns erros atrás. Ela é para o eu são e racional, ciente de que vai tudo ficar bem.
  E, realmente, tudo vai ficar bem. Uma hora ou outra vai. Dias difíceis vão te dar um tempo. Você vai entender uma hora ou outra que tá tudo bem ser rejeitado e que não devemos nos qualificar pelos olhos dos outros. Você vai cada dia se conhecer melhor e vai se orgulhar disso. Vai se orgulhar de quem você se tornou. Você vai, também, entender que relações entre pessoas podem ser complicadas e é sempre bom dar tempo ao tempo. E levar as coisas com amor e calma. Você vai entender que o amor é tanto simples quanto complicado, e que um dia você vai conseguir amar alguém. Ou não, e está tudo bem nisso. Você vai entender que nem tudo é pra sempre e vai aprender também como dizer adeus. E o mais importante de tudo: Você vai entender que a única pessoa que decide quando é o fim ou não é você, e mais ninguém. Então, acalme-se. Vá ouvir uma música e escrever algo. O futuro é sempre mais brilhante do que se imagina.