terça-feira, 23 de agosto de 2022

"Manipulador, fez sua decisão e que vá com Deus!"

"Estrela do meu céu", me chamou em embriaguez
Acreditei que era, mas o céu logo escureceu 
e estrelas não couberam mais

"Filho" era como me chamava nos finais de semana intercalados
enquanto o processo judicial era feito para me privar auxílio
o emocional era de distância, desde o início

Por duas letras do meu nome é como elas me chamavam
a primeira, falando alto, não gritando, dizia que me amava
A segunda, quando não gritava, fazia o mesmo

Como torres gêmeas, a primeira explodiu, aos destroços
olhei para cima e torci para ser esmagado, levado junto
E então vi minha morada, a outra metade, ainda de pé

Tremendo, quase um arranha céu pêndulo
Corri e chamei de moradia. Ferido e instável
Me propus a ser cimento, tijolo, ferramenta

Mas quando as portas abriram, não havia mais prédio
Não havia cor, nem cheiro nem calor
Só um terreno baldio ao lado dos recentes destroços

Sempre imaginei os natais e em como eu seria chamado
Mas cada vez foram chamando menos
Os natais continuam 
E meu nome, ou apelido, por poucos, ainda mantido