Aqui onde vejo não há lágrimas
Há visão, há contemplação, há a umidade de olhos comuns
Mas não há lágrimas
As procuro mas fugiram de mim para eu mesmo
Talvez sejam o motivo desse aperto no peito, embrulho no estômago
Minhas lágrimas entraram, correm pelo meu sangue
Me choram por dentro
Meu corpo não sabe, eu não sei
Não se sabe o que deve fazer
Não se sabe como ir e vir
Não se sabe como chorar as lágrimas de dentro
Paro no silêncio e tento me ouvir
O grito é abafado
Meu corpo deita sobre minhas dores
Meu escudo de carne e osso perece
Já não sei mais onde começo e onde termino
O coração já foi menos que um órgão, já foi produto separado
E agora meu corpo dói.
Ouvir é diferente de saber
Que alguém me ajude a saber lidar com os ruídos de uma gritaria estrangeira.
segunda-feira, 3 de junho de 2019
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