terça-feira, 18 de outubro de 2016
Casa
Eu fiz chá. E com um livro cuja leitura está nas minhas costas há semanas, te espero no sofá de casa. Da nossa casa. Não consegui ler muitas páginas porque minha cabeça hoje insiste em divagar, então quando você abre a porta da sala fazendo aquele barulho familiar das suas chaves dançando no chaveiro, te vejo entrar. Seus cabelos molhados levam minha atenção à janela. Começo como uma pergunta e termino afirmando que está chovendo lá fora. Você não diz nada, apenas passa os dedos pelos seus cabelos e vem na minha direção. Fecho o livro e coloco ao lado da xícara meio cheia de chá de camomila. Ganho um beijo gentil nos seus lábios e depois você se recosta entre minhas pernas, buscando calor humano. Com uma risada abafada, te puxo para mais perto, mantenho o maior contato possível. Te abraço. Você tira uma embalagem do bolso e me entrega. A trufa é de chocolate meio amargo, não gosto muito do sabor mas sorrio e agradeço, pois o gesto é mais doce do que qualquer chocolate poderia ser. Você diz que já é quase natal e temos que comprar as coisas para a árvore, já que é o nosso primeiro ano juntos. Enquanto combinamos os enfeites que irão decorar nosso apartamento, acaricio seu queixo com a barba que está por nascer. Falamos e divagamos juntos por alguns momentos, os minutos passam e continuamos ali, no sofá de casa. Da nossa casa. Talvez isso seja de amor. Do nosso amor.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
-
Sentado na esteira de meditação ou no caminhar arrastado para casa Os pensamentos vêm, vão, vêm, vão Alguns ficam tempo demais Oferecem ...
-
A figura paterna, tão dentro de mim Não fui pai, mas criei filhos Não fui mãe, mas conflitos e ideias cresceram No meu ventre? Se não tenh...
-
O turbilhão subiu das pernas para o peito Deixou minhas panturrilhas com um vazio dolorido Mas a latência involuntária não é mais como mil a...
Nenhum comentário:
Postar um comentário