Por mais incrível que pareça
Por mais risório
Não explodi
Não voei como pó
Não sumi do mundo
Não sucumbi
Por quê? Pra quem?
Do custo guardei todos os cupons fiscais
Da perda guardei todas as memórias
Porque ficaram todos lá
E não voltaram
Mas continuei
Só eu
Onde estão os que tem meu sangue
senão frios, por baixo ou por cima
da terra fria, que come e corrói
Quem vai me provar
que esse tempo não é extra
e que há um motivo
Para percorrer esses corredores
Varrer esse chão, fechar essas janelas
Abrir essas janelas
Quem vai me convencer
De que é certo estar aqui
De que valeu a pena ir tão longe
E suportar tanto
É como levar um copo dágua às fontes
E ir tão longe
É como escrever um livro sem letras, sem história
E continuar tentando
É como desistir, e perder
E perder, e perder
e perder
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