domingo, 26 de novembro de 2017

Memórias de outras vidas

Às vezes tenho essas memórias daquelas coisas que nunca de fato aconteceram. Fragmentos de tempo e espaço que me dão sensações únicas. Conforto. Um sentimento de ternura pelo qual nunca fui testemunha em 21 anos de idade.


  Luzes de natal colorem de forma instável os rostos sorridentes em volta da mesa de centro. Azul, verde, vermelho e amarelo invadem suas bocas escancaradas pelo riso e são engolidos ao fim do fôlego. Alguém contou uma piada mas não estou prestando atenção, estou preocupado em analisar aqueles olhos castanhos, a linha que se forma entre seus olhos durante suas gargalhadas, sua voz esganiçada. Abraço-o e me sinto seguro, ele me abraça de volta e me beija no pescoço. "Está tudo bem?" Me pergunta pelos olhos abertos e boca fechada. Sorrio em resposta, é minha maneira de dizer que estou bem. E a noite vai embora, com suas luzes, suas conversas de natal e seus amigos que brincam.

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