Esse texto vou escrever bem rápido e despretensioso porque nele quero apenas constatar e questionar o óbvio, e não vai ser nenhum óbvio que me virá a mente amanhã ou ontem, então isso com certeza deve diminuir isso aqui em algumas linhas. Será esse texto então um amontoado de fatos, perguntas, e prováveis respostas. Irei torcer para que o entendimento possa se propagar do meu coração para minha cabeça e depois pelos dedos e aí então pelos olhos de outros, mas não irei prometer nada.
Quando acordei senti vazio de novo. Mais sutil do que aquele do dia seguinte à sua partida. Por quê ainda é vazio? Por quê ainda dói? Ele foi embora, acabou. Foi bom o que houve. Por quê foi bom? Por que testemunhei uma reciprocidade tão intensa quanto nunca. Sua aparência não era daquelas que me encantariam absurdamente caso o visse passar pela rua e sua personalidade era de traços que eu não vibrei de prazer ao conhecer. Mas a soma de tudo... Sua alma, provavelmente, aquilo me fez encantar com todo o resto. Seus olhos castanho claro, seu subir e descer das sobrancelhas quando mantínhamos contato visual por muito tempo e isso o deixava desconcertado, seus gostos, seu carinho. Ele foi cristalizado na minha cabeça e no meu coração. Dentre as obviedades que quero questionar, a de saber por quanto tempo isso irá durar é a única que me mantenho distante. Não quero saber por antecedência porque isso nunca saberei e o ato de tentar só me deixaria mais longe de finalmente o conseguir.
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