Arte. O que é arte?
Arte é subjetiva. Então, começando por aí, vemos que ela não é pública, mas estritamente pessoal.
Pra mim, por exemplo, a arte está em se expressar. Tirar algo de dentro de você e pôr na ponta dos dedos. E produzir. Agora, o produto pode agradar ou não. Pode ser belo ou feio. Pode ser bom ou ruim. Mas a questão é: Quem pode dizer?
Você acabou de se materializar, tirar um pedacinho de você e expor aos outros. Você está pegando o seu íntimo e se despindo. Mostrando aos outros uma parte de você tão secreta que chega a ser embaraçoso.
Eu, Eduardo Bessa, escrevo. E essa é a minha forma de arte. É a minha forma de me mostrar e dialogar comigo mesmo. É só me colocando em palavras que consigo entender a mim mesmo. Só assim eu consigo me entender e ter um pouco de compaixão à mim mesmo. É depois de terminar de escrever meus textos e parando para revisá-los que eu percebo o que está realmente acontecendo com o mundo. O que está acontecendo comigo. Pra mim, arte é clareza.
E as vezes me sinto mal por que não escrevo. Me sinto um traidor porque sei que quando está tudo bem eu não me sento em frente o computador e produzo. Não há pensamentos confusos e épocas tempestuosas para por na mesa e dissecar. E então chego a conclusão de que a arte também pode ser egoísta. Tão requisitada mas muitas vezes facilmente descartada como remédios de alguém que interrompeu o tratamento cedo demais.
Por fim, arte é arte. Tão inteira e autônoma que é quase uma piada tentar defini-la em palavras. Assim como o amor, é comercializada, vendida e culturalmente conhecida. Mas diferente e única para cada um. Intrínseca em cada um de nós com tanta naturalidade e complexidade que muitas vezes não a reconhecemos. Mas estará sempre lá, a arte. E quando precisarmos de ajuda, chamamos ela. Porque só a arte salva.
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