quinta-feira, 22 de novembro de 2018

um texto inacabado de desespero


É engraçado
Sair de quarto em quarto
Escondido, fugindo, em stealth
Atrás de portas trancadas, fogos queimam
Corpos morrem e a fumaça repousa
É o que, necessariamente?
É estranho, engraçado ou triste
É angustiante? Por que?
Não sei, queria saber
Me escondo e me omito
Não sei até quanto disso existo.
Sempre há pequenos clips entortados
Porque ajuda, a isso, a me perder
Junto com lixos revirados, o vício é meu amparo
A solidão, ao nervosismo e tarefas em negação
Não rima, mas é verdade
Essa confusão e essa ânsia de lidar com isso
Isso tudo, é muito porque eu quero muito
E não querer nunca vai ser conseguir
Não tenho nexo, sentido e nem coesão
Também não acabo querendo ser assim, desse jeito
E vejo que nego tudo e não me permito nada
Minhas permissões acabaram todas nos outros
Deixei de me permitir
Sinto dores no corpo, acho que o cigarro me desmonta aos poucos
Acho que ele queima até os ossos, que parecem tão estranhos
Sou um incêndio, merda
Queria saber por que escrever me encaixa, as vezes acho que tudo me encaixa mas nada me prende
Gosto, me apaixono, me dedico e então eu vou embora
Queria não ir tanto embora, não ser tão receoso.

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