terça-feira, 11 de abril de 2017

gente

A gente se ama, se chama, se engana
A gente se beija, se deixa, se enfeita
A gente se desentende, se entende, se vende
Eu e você. Sempre por pronomes reflexivos que nem esse amor recíproco
Porque se houve algo, houve amor
Mas as coisas acabam, o rio seca, as árvores caem, o sol se esconde e a lua mostra a cara
Às vezes é só o tempo, pedindo suas mudanças tão cruciais, radicais e melancolicamente cruéis
Só o tempo querendo dizer que ele não é mais nosso e não somos mais dele
Por isso eu vou nessa, vou com o tempo, porque ir contra certas coisas só nos faria sangrar mais
E eu não quero que sangre, querida, nunca quis.
A saudade dos nossos tempos vai machucar um cado
Mas é porque valeu a pena, né?

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