terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Flor

(Queria tratar desse texto como uma carta de amor à todas as pessoas que me ajudaram, da maneira que podiam, a finalmente entrar num estado onde fosse possível poder escrever tais coisas com tanta sinceridade e calor no peito. Amo vocês.)


  É normal não percebermos o que temos até perdermos tais coisas. Como já dizia aquela música de The Head And The Heart, "10,000 weight in gold never feels like treasure until you lose it all." Mas nesse caso, não é como se eu tivesse perdido ouro.
  Faz alguns dias que meus dias são apenas DIAS. Normais. Mas agora me dei conta. Eles não estão "normais". Se os vejo assim, isso é culpa dessa vontade humana irritante de normalizar tudo, de alinhar os altos e baixos da vida, de NÃO DAR IMPORTÂNCIA. Onde eu quero chegar é: Meus dias mudaram. Isso ( minha vida) não é normal. Não ter aquela angústia sem sentido apertando e torcendo meu peito não é normal. Acordar e não ficar triste por isso não é normal. Não ter medo do silêncio e da solidão noturna não é normal. Parar de pensar que eu não poderei presenciar certos eventos futuros porquê eu não sei se EU poderei me manter a salvo até lá não é normal. Percebo agora que perdi muito nesses meses e é com um prazer curioso que me vejo bem.
   É engraçado ver as coisas sem esse peso escuro e violento pintando meu espírito em tons sombrios. De alguma maneira, sinto-me sem dor, só com amor pra dar. De alguma maneira, sinto-me uma flor, finalmente a desabrochar.

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