sexta-feira, 12 de abril de 2019

poema

Entre as palavras e eu, o vazio.
E com o que posso contribuir?
Com as letras a honestidade sempre serviu bem
Sou um poema sem rimas
Sem estrofes e sem ritmo
Mas sou um poema
E sou cheio, sou a força da sensibilidade
Porque o sensível não é fraco
é apenas usado, e usado, e usado
O sensível é o alvo fácil
Meus dias passam e as vozes dizem
que esse poema do qual tanto falo
não sou eu
Se não sou poema, o que sou então?
Uma massa de desejo, força e intensidade
a voar por aí, se estreitando pelas fendas
procurando lar
perdida
Se não sou poema, onde coloco todos esses sentimentos?
Onde me liberto? Quem me lê?
Se não sou poema, onde ponho minhas palavras?
Às vezes fecho os olhos e durante um suspiro, penso,
Queria ter as formas, as rimas....
Queria tanto ser poema
Se não sou poema, não sou poema
Quem me escreve sou eu
Se não sou poema, talvez seja poeta
E talvez eu decida
E talvez eu faça
E talvez eu possa ser
Se não sou poema, talvez eu seja outra coisa
e algum dia talvez tenha certeza
Se não sou poema, talvez eu seja feliz
Talvez eu seja feliz

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