quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
De novo.
Meu fôlego se despede enquanto meus dedos choram por misericórdia. Não quero escrever, quero me expor, como sempre quis. Porque é nas minhas tentativas de exposição que tento trocar, tento esvaziar um pouco dessa imensidão que sinto. É sempre assim. É sempre difícil. É sempre trabalhoso e triste me soltar de tanta coisa que insiste sempre em se prender a mim. Quero novamente ir embora porque estou cansado. Queria mais que tudo não precisar sempre escrever as mesmas coisas e passar pelos mesmos caminhos. Queria me livrar desses ciclos e fugir desse limbo. Mas sempre acabo aqui, escrevendo as mesmas dores e fugindo dos mesmos temores. Reivindico mudança constante mas o ponto de partida sempre parece tão perto que dói. Queria ir pra longe. Daqui e de mim. E minhas alternativas parecem escassas porque a dor vem de dentro. E as alternativas parecem escassas porque não parece haver saída. Porque o labirinto não desemboca fora, acaba dentro. Aqui dentro que é escuro, amedrontador e sozinho. E com certeza já escrevi essas palavras, e elas já me escreveram. Estou preso de novo. E as barras de ferro que me cercam parecem mais geladas que nunca. Não quero mais.
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